Quando a palavra tendência é mencionada, automaticamente é relacionada com moda, diretamente ligada ao vestuário. Sabe-se que a moda é “muito mais do que o resultado de imitação e distinção entre os indivíduos. A moda é, antes de tudo, um fato social total que abrange todas as dimensões da sociedade – econômica, social, cultural – e todos os indivíduos, independentemente da raça, da crença, da classe social, do gênero, da idade”. Sendo assim, o tema tendências não se limita apenas à última roupa da moda, mas refere-se também, às tendências em celulares, tendências gastronômicas, tendências políticas, tendências culturais, entre outras.
O vestuário proporciona o exercício da
linguagem da moda e como toda linguagem, age no campo do imaginário, dos
significantes, é parte integrante da cultura. Cada vestuário agregado ao corpo
direciona o olhar e constrói uma visualidade específica ao corpo
vestido.
Moda não é roupa, é significante que
articula as relações entre os sujeitos a partir da aparência, resultado
histórico da valorização do individual e da modernidade. Desvincula-se do
passado e da tradição, prestigiando o novo e moderno. As roupas são signos que
carregam uma série de significados ligados à beleza, à juventude, à feminilidade
ou masculinidade, à riqueza e distinção social, que possibilitam ao seu portador
uma escolha diária de posicionamento na cultura.
Tendência é a “palavra usada para
classificar temas, usos e movimentos que serão abordados durante uma estação de
moda”. No entanto, o termo passou por diversos usos e adaptações até como hoje
em dia é adotada, sobretudo, pelo sistema de moda, como uma evolução necessária
e sua imprevisibilidade. As tendências surgem “das idéias de progresso e
evolução que Charles Darwin desenvolveu, Karl Marx aplicou à História e Auguste
Comte reinterpretou para a teoria social, nos primórdios da sociologia”. A
palavra está diretamente ligada a movimento, tendo o futuro como objetivo
principal. Alguns autores relatam que uma tendência não pode ser analisada como
algo que segue uma única direção, mas um conjunto de mudanças dentro de um
sistema, sendo consideradas como um todo.
Na indústria têxtil existe uma cadeia
de processos, que vão desde as fibras e fiações até o consumidor final, e as
tendências aparecem na ponta inicial desse ciclo. São feitas pesquisas em
bureaux de style, onde se analisam quais cores e materiais estarão mais
acessíveis tanto no mercado quanto na natureza.
O tempo de pesquisa é variável em
relação às cores, materiais e formas. Os especialistas, então, se reúnem e
trocam informações para oferecer menos riscos de erro ao contratante. Outro
serviço oferecido pelos bureaux de style é a previsão de tendências
comportamentais, onde pesquisadores trabalham com profissionais em marketing de
moda. Todas essas pesquisas são transformadas em produtos e consumidas pela
sociedade. Assim, em palavras mais simples, pode-se dizer que tendência é o que
comumente se considera aquilo que está na moda. Apesar de uma tendência ser uma
tradução dos pesquisadores e criadores, tudo que é transformado em produtos de
consumo de moda torna-se tendência. Portanto, é inevitável fazer parte desse
sistema e aderir à determinada tendência. Até mesmo negar-se a fazer parte do
todo significa seguir uma tendência da atualidade
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